terça-feira, 16 de outubro de 2012


as passagens compradas,
e o anjo sem sexo me comendo
as passagens compradas e eu querendo gozar, bem longe de você
as passagens compradas
e  não quero sair dessa cama hoje,
as passagens compradas
e querendo mais esse cheiro de menino novo.

não, ele nem é tudo isso, mas o pinto é grande e da espessura que gosto
não sabe nem por a camisinha, tudo bem,eu ponho.
não sabe nem trepar direito, mas eu sei.
Sei gozar sozinha com o pinto alheio.
é o tamanho,é a espessura, sou eu querendo ter dezoito anos de novo.
e não recusarei nenhum anjo que queira deitar em minha cama, nenhum.

É tão gostoso, a pele é boa, o cheiro embrigada, me dá vontade de morder e tão grande, não sabe nem o que fazer com seu um metro e noventa de altura, e eu pequena, pequena e toda entregue na cama azul, no quarto azul, com moveis que são a sua cara, e você ouvindo minhas asneiras - que são muitas- queria falar menos, por deus que queria, mas não consigo.
E você,  tão poucas ideias, algumas ironias e caixas de papelão com plastico bolha dentro.

'Não faz nenhum sentido isso aqui - mas tem que ter sentido?
 Porra, porque você fala isso' Eu não acredito em finalidade ultima, mas pra que caixas de papelão?
Eu poderia precisar dos plásticos e ,  nããão -quando precisar pode pegar em lojas de departamento.
Mas eu uso pra apoiar as mochilas.
Pregue-as na parede.
Tá, é,pode ser.'

Não me pareceu convencido da inutilidade da caixa, nem dos plásticos bolha.


As fotos, as fotos das crianças, você é tão criança, tão cheio de adolescências e eu já mãe.
'Que porra é essa?'

Mas as passagens estão compradas e ele vai voltar, mas esse é tão novo, a poucos meses a mãe arrumava-lhe o cabelo.  Ele não disse, mas eu sei.


Muda o olhar com frequência e não entendo nada,e também não sei sentir, e não sei nada, só sei que quero que ele não volte antes, não compre as passagens, e me deixe tranquila, só agora.

Sei que é irritante perguntar tantas vezes o que você esta pensando, mas você precisa falar pra eu saber onde estou e o que estou fazendo nessa cama.
Não,não me fala nada, deixa eu só por a boca nesse pinto lindo.


Só porque eu chamei, vem dormir em casa.
Naquela quarta maluca e intensa e acabei dormindo com umas meninas, e não nos encontramos mais, mas eu sabia,só de olhar que esse cheiro continuaria dias e dias impregnado no meu nariz, e mesmo com as mil coisas na cabeça e  novas ideias, eu queria passar a mão nessa tua pele macia de quem alisa gatos.

Estou tranquila, agora tenho uma tevê e posso ocupar a minha carência vendo sessão da tarde.
Só que ele é de aquario, com ascedente em libra e lua em touro, ele trepa bem, ainda não, mas trepará quando tiver uns vinte e dois anos, falta pratica, falta mesmo.

Mas quem liga para a pratica com um pinto daqueles?
 Posso ir por cima e gozar duas vezes antes de você gozar em três minutos.
Ensaiamos mais posições do que com o comprador de passagens quando ainda estava no brasil.
E a minha vontade de largar esse comprador e ir em busca de todos os meninos novos, sem sexo, anjos e tão  logico que as mães lhes têm orgulho, que de mal pode acontecer para esses meninos tão maliciosamente ingenuos?

Não que seja tanta diferença, tenho vinte e dois ele dezoito,mas em quatro anos eu fiz tanta coisa mais que ele e que o comprador e que todas essas pessoas, não sei, sei que é um programa de tevê, onde peço ajuda por toda loucura cometida.

Mas anjo, você extraiu aquela energia densa psiquica  que sentia por todo o corpo, por isso disse que precisava de um bom sexo, e na verdade nada mais fiz do que copiar a fala de um malandro pra tentar impressionar, mas foi de fato um bom sexo, mais por mim do que por você, mas esse pinto,esse pinto lindo, esse pinto que tiraria um retrato e guardaria por meses, ou poderia virar pintura e exposto num salão, mas ele tem tanto peixes no mapa astral.

Menino anjo, sem sexo, preciso exorcizar você de mim, por qualquer motivo conveniente ou não - que não encontrei, não tenho como entender o que é essa aura que me envolve, num misto de calor, tesão, gozar e sorrisos.


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Faz de conta que a coisa nova existe
o mundo inverteu todas as cores
o cotidiano é necessariamente as exceções.

E eu fiquei só naquele banco de praça
a olhar pombos cagões, ratos urbanos, como ratos pessoas, e ratos só são nojentos porque espalham doenças.
Doenças tem contaminado as águas, os ares, as pombas e isso é uma maneira de colocar a culpa no outro que não entende e se importa bem pouco com o meteoro que vem a terra.
seria bom, que essa merda, essas merdas de pombos acabassem logo e e deixassem de cagar nos carros e nas cabeças das pessoas.
Mas somos só um monte de pombos sem asas, com um tanto de sonhos de voar, porém criaram o avião que substitui o pouco do que a gente espera.
A espera inteira, a espera do poema, da porta, do buquê de flores continua mais viva do que antes.
E  mulheres ainda querem casar com bons príncipes ou bons empresários. Os pais pagarão a festa, e o noivado, e logo pagaremos o divorcio, ou então nos condenaremos a essa coisa esquisita, mais um ritual.
De acasalamento, de evitar solidão ou ficar na espera do próximo metrô que me levará até você, naquele quarto sem vergonha e mal pago, sem conforto e de colchão sujo.
Mas terei, por deus que terei, as melhores trepadas da minha vida.
Aquelas que minha mãe não poderia saber, se não me deixaria de castigo por dias e não me daria dinheiro e não poderei tomar sorvete com esse menino que queria beijar até gastar cada centímetro dos meu lábios. Os de cima e os de baixo.

Falando em sexo, ele é de escorpião, não, quer dizer, é leão, pouco importa, apesar de achar escorpianos melhores que leoninos, mas você, em você mesmo é um universo trepável, é um universo que quando me penetra, penetra tua família, tua mãe, teu pai e tuas irmãs, penetra todos em mim, e eu entendo o porque se torna diferente essa coisa de entrega.
Já que na ultima entrega de pizza eu jurei jamais comprar daquele restaurante, demora demais e eu não sei esperar, a fome era tanta ,e a urgência se tornou uma vontade de matar o entregador
porque quem mandou ele ser incompetente, e o chefe da cozinha e o dono do lugar.
Mas acho que a fome era minha e de fato não demorou mais que vinte minutos, mas eu queria que em vinte minutos todos os problemas da minha cabeça sumissem, não eu, eu queria que a minha cabeça sumissem, não, eu queria sumir.
Sumir como quem nem deixa saudades, e nem deixa ninguém, porque quem sofre quase sempre é quem fica, e ficar pra mim é sempre doloroso, então quero ir embora, esse corpo aqui não faz nenhum sentido, a não ser quando faz sexo.
Ai  ele geme , nutre, goza e me recompõe e eu componho as novas cores para o meu dia, que antes era azul e agora tende ao lilás
Não por ser uma corzinha feminina, mas porque quase sempre amo tons pastéis, e não sei se lilás entra nessa categoria, mas esses tons me lembram um outono que não é frio nem calor, é só outono, e algumas flores, e outras secas, umas mortas e algumas por vir.
Igual quando veio Cecilia, e eu não sabia se era outono ou tons pastéis, mas o verde dos olhos dela era.
E isso me fez feliz, nem tanto, mas fez, era bebê, e fala coisas  incompreensíveis e me olha de jeito enigmático, e eu já disse mil vezes que não sou boa com enigmas, afinal não consigo nem desvelar esses que latejam na minha cabeças antes de você, e você chega como quem é trazida pelo papai noel,fora do natal, e presentes fora do natal não tem tanta graça.
Mas  por falar em velhos de barba, lembro do folclórico velho do saco, aquele que leva criança mal criadas embora mas não me levou.
Errou, e  fiquei. Errante, sem entender relações, condições, na frenética dos momentos me atropelando e propondo cenas que não sabia atuar, sem texto, script, só um ensaio mal feito da vida.