segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Faz de conta que a coisa nova existe
o mundo inverteu todas as cores
o cotidiano é necessariamente as exceções.

E eu fiquei só naquele banco de praça
a olhar pombos cagões, ratos urbanos, como ratos pessoas, e ratos só são nojentos porque espalham doenças.
Doenças tem contaminado as águas, os ares, as pombas e isso é uma maneira de colocar a culpa no outro que não entende e se importa bem pouco com o meteoro que vem a terra.
seria bom, que essa merda, essas merdas de pombos acabassem logo e e deixassem de cagar nos carros e nas cabeças das pessoas.
Mas somos só um monte de pombos sem asas, com um tanto de sonhos de voar, porém criaram o avião que substitui o pouco do que a gente espera.
A espera inteira, a espera do poema, da porta, do buquê de flores continua mais viva do que antes.
E  mulheres ainda querem casar com bons príncipes ou bons empresários. Os pais pagarão a festa, e o noivado, e logo pagaremos o divorcio, ou então nos condenaremos a essa coisa esquisita, mais um ritual.
De acasalamento, de evitar solidão ou ficar na espera do próximo metrô que me levará até você, naquele quarto sem vergonha e mal pago, sem conforto e de colchão sujo.
Mas terei, por deus que terei, as melhores trepadas da minha vida.
Aquelas que minha mãe não poderia saber, se não me deixaria de castigo por dias e não me daria dinheiro e não poderei tomar sorvete com esse menino que queria beijar até gastar cada centímetro dos meu lábios. Os de cima e os de baixo.

Falando em sexo, ele é de escorpião, não, quer dizer, é leão, pouco importa, apesar de achar escorpianos melhores que leoninos, mas você, em você mesmo é um universo trepável, é um universo que quando me penetra, penetra tua família, tua mãe, teu pai e tuas irmãs, penetra todos em mim, e eu entendo o porque se torna diferente essa coisa de entrega.
Já que na ultima entrega de pizza eu jurei jamais comprar daquele restaurante, demora demais e eu não sei esperar, a fome era tanta ,e a urgência se tornou uma vontade de matar o entregador
porque quem mandou ele ser incompetente, e o chefe da cozinha e o dono do lugar.
Mas acho que a fome era minha e de fato não demorou mais que vinte minutos, mas eu queria que em vinte minutos todos os problemas da minha cabeça sumissem, não eu, eu queria que a minha cabeça sumissem, não, eu queria sumir.
Sumir como quem nem deixa saudades, e nem deixa ninguém, porque quem sofre quase sempre é quem fica, e ficar pra mim é sempre doloroso, então quero ir embora, esse corpo aqui não faz nenhum sentido, a não ser quando faz sexo.
Ai  ele geme , nutre, goza e me recompõe e eu componho as novas cores para o meu dia, que antes era azul e agora tende ao lilás
Não por ser uma corzinha feminina, mas porque quase sempre amo tons pastéis, e não sei se lilás entra nessa categoria, mas esses tons me lembram um outono que não é frio nem calor, é só outono, e algumas flores, e outras secas, umas mortas e algumas por vir.
Igual quando veio Cecilia, e eu não sabia se era outono ou tons pastéis, mas o verde dos olhos dela era.
E isso me fez feliz, nem tanto, mas fez, era bebê, e fala coisas  incompreensíveis e me olha de jeito enigmático, e eu já disse mil vezes que não sou boa com enigmas, afinal não consigo nem desvelar esses que latejam na minha cabeças antes de você, e você chega como quem é trazida pelo papai noel,fora do natal, e presentes fora do natal não tem tanta graça.
Mas  por falar em velhos de barba, lembro do folclórico velho do saco, aquele que leva criança mal criadas embora mas não me levou.
Errou, e  fiquei. Errante, sem entender relações, condições, na frenética dos momentos me atropelando e propondo cenas que não sabia atuar, sem texto, script, só um ensaio mal feito da vida.

 

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