Dessa matéria densa, feita de vida e magia
olho no espelho e não vejo meu rosto.
vejo olhos. infinitos e estrelas
beleza e ilusão
mulher, mãe
vejo filha no colo.
Olho os mãos.
Veja essas mãos, tão solitárias
marcadas, ciganas e cartas.
Escritas, enviadas ou não.
Espanto, o corpo muda e revela o carinho aspero que o tempo fez.
delimitou as novas formas, tempo enquanto ama, mata.
corre lentamente nas veias, trocas gasosas, cicatriza.
Nos pés, já sujos e espessos
A Errância.
os segredos, elegência
sustentou.
Onde andei?
grata, caminham, caminharão.
Um corpo no espelho.
O corpo do agora.
O corpo no tempo.
células no espaço,
um corpo na cama, só e amado.
Por ser só é mais amado.
pés, história, olhos, estradas,mãos, sonhos
boca,caminhos, rins, café, joelhos, espadas
orelhas, sussuro, pele, prazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário