segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

carta de interesse


o sorriso franco apagou-se na ultima esquina dobrada.
Em vão, essa efervecesncia emerge como um vulcão adormecidos
Minhas visceras, minhas visceras!

Expostas, não sobrou nada, só pernas, olhos, alguns dedos.

Os desejos ficaram no colchão.
rastejei até a porta e esperei a campainha tocar.
só o silêncio que interminavelmente soou em meus ouvidos como sinos sagrados.

eu ia esperar sóbria, não deu tempo, a garrafa de vinho saltou em minha mão e estava nua, nós duas.
não sei se fiz amor comigo mais um vez, ou cumpri as promessa do do ano-novo.

Sabia que não ia durar, nós, a garrafa de vinho e a promessa.
Não importa, eu rastejei.
Rastejei com as visceras expostas, sangrentas, dobrei mais esquinas, alguem me chama.

é a entranha que grita, mas não entendia, não sabia, só sangrava.
eu sangrava
sagrada, eu sangrava.

suja no meu sangue, andando, e sozinha.
não é sangue de hospital, não é sangue de cristo, nem as alucinações do vinho e remédios.

derretia sujava o que restava de mim.
era aborto.
o feto era eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário